2018, o ano em que precisamos de um boteco
Casamento real, Marielle, o resgate dos meninos da caverna da Tailândia, os tombos do Neymar e do Tite, eleições, Museu Nacional, os bebês de Sabrina e de Ivete, Gabriel Medina, o VAR. Neste momento de retrospectiva do ano, é hora de respirar fundo e perceber que, ufa!, que bom que tivemos bons botecos para repercutir e filosofar diante de tanta coisa.
Logo em janeiro, por exemplo, as sommelières Daniela Bravin e Cassia Campos inauguraram o Sede 261, bem-vindo bar dedicado ao serviço de vinhos, sempre com uma boa seleção de rótulos à venda em taças e que nos fins de semana recebe convidados para preparar os comes – Benny Novak e Checho Gonzales foram dois que passaram por lá.
Outras boas novidades do ano, ambas na Pompeia, foram a Arquibancada Botões Clássicos, um boteco para pais e filhos duelarem no estrelão enquanto comem um sanduíche de pernil e dividem uma cerveja ou mesmo um refri; e a Esquina do Souza, boteco aberto em maio na Pompeia pelo barman Souza, ex-Veloso, e que vem fazendo merecido sucesso. Quem cuida da cozinha é a Tati, a primeira-dama, enquanto o marido governa o salão, a choperia e a produção de caipirinhas, como a de tangerina com pimenta-rosa (R$ 20,00).
A Vila Madalena ganhou o Riobaldo, boteco que tem como sócios os ex-garçons Da Lua (quatro anos de Pirajá) e Matias (onze anos no Genial), e que faz uma boa porção de isca de filé a milanesa. E em Moema, boa nova foi a Taberna del Museo, anexo ao Museu Verónica, um bar com salão estreito, sem mesas, no qual pode-se beber um rosé da Rioja (Navaldar, R$ 67,00 a garrafa) e comer um bocado de calamares (R$ 14,00), sem gastar os tubos.
Fora desses tradicionais eixos boêmios, foi legal ver novidades como a cervejaria Vórtex, na Chácara Santo Antônio, um brew pub que prepara bons rótulos artesanais e que tem também outras marcas disponíveis nas torneiras, de diferentes estilos; o Boteco Temos Vagas, um refúgio simples e sossegado, em meio aos prédios residenciais e comerciais do Brooklin, que funciona num antigo estacionamento e serve PFs turbinados por espetinhos; e, mais recentemente, surgiu o Quintal do Ó, na Freguesia do Ó: trata-se de espaço que reúne um pátio para dois ou três food trucks, uma hamburgueria e o Ó Tap, um bar especializado em cervejas artesanais, com 20 torneiras à disposição da freguesia. É possível tomar a partir de 10 mililitros, a quem queira fazer um test-drive, e comprar até mesmo um growler (galão) com 1 litro (R$ 40,00) e levar até uma mesa no terraço, dois lances de escada acima. Entre os rótulos disponíveis estão os produzidos pela BR Brew, de Sertãozinho, como a Coração de Pedra (uma session IPA) e a Última Gota (uma keller, lager não-filtrada muito boa).
Foi um ano também de reencontros felizes, como aquele que tive com o Seu Fernando e o Bar dos Cornos, que depois de uma temporada nada memorável em outro endereço, voltou para o ponto original, numa rua residencial do Jaguaré. Nem a sofrência decorrente do mais dolorido pé-na-bunda resistirá a um fim de tarde em uma das mesas da calçada, diante de um pastel de carne-seca, uma cerveja gelada e uma dose da cachaça Solar, destilada em Santa Catarina (R$ 6,00 a dose).
E de 2019, o que será? Que não nos faltem razões, e nem botecos, para brindar. Saúde!
Vai lá:
Arquibancada Botões Clássicos. Rua Raul Pompeia, 1011, Pompeia.
Bar dos Cornos. Rua Araicás, 240, Jaguaré.
Esquina do Souza. Rua Coronel Melo de Oliveira, 1066, Pompeia.
Quintal do Ó. Rua Dias Velho, 62, Freguesia do Ó.
Riobaldo. Rua Inácio Pereira da Rocha, 422, Vila Madalena.
Sede 261. Rua Benjamin Egas, 261, Pinheiros.
Taberna del Museo. Rua Tuim, 370-A, Moema.
Temos Vagas. R. das Margaridas, 140, Brooklin.
Vórtex. Rua Alexandre Dumas, 1129, Chácara Santo Antônio.
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