10 símbolos da gastronomia de São Paulo que merecem ser tombados
No antepenúltimo dia de sua gestão como governador do estado de São Paulo, em 29 de dezembro de 2018, Marcio França sancionou uma lei que transformou o bauru – o sanduíche, famoso, criado no Ponto Chic – em Patrimônio Imaterial Paulista. Alguns meses anos, o virado à paulista já havia conquistado esse nobre e merecido título.
Honraria semelhante foi entregue, de uma só vez, a catorze botequins clássicos cariocas no ano de 2012, quando se tornaram, pela canetada do prefeito Eduardo Paes, bens do "Patrimônio Cultural Carioca". São eles, todos bares com no mínimo meio século de serviços prestados à boemia, à gastronomia e à cultura cariocas: Adega da Velha, em Botafogo; Adega Pérola, Bip Bip, Cervantes e Pavão Azul, em Copacabana; Armazém Cardosão, em Laranjeiras; Adonis, em Benfica; Bar da Dona Maria e Salete, na Tijuca, Amendoeira, em Maria da Graça; Casa da Cachaça, na Lapa; Villarino, no centro; Jobi, no Leblon; e Urca, no bairro de mesmo nome.
Quer seja uma receita, quer seja um boteco, acredito que na cidade de São Paulo temos símbolos gastronômicos que tanto poderiam ser laureados como Patrimônio Imaterial, como Patrimônio Cultural. De modo que torno pública aqui a ideia de conceder à seguinte seleção de petiscos, e aos respectivos locais em que o preparo alcança a excelência, o status de Patrimônio Imaterial Cultural Paulistano:
- Coxinha do FrangÓ: o boteco da Freguesia do Ó, fundado em 1988, aprimorou o que já era bom, ao incluir uma camada de catupiry na receita da coxinha, entre a massa e o recheio.
- Bisteca do Boi na Brasa, na Vila Buarque: é tão boa quanto a do Sujinho. A vantagem é que você pode pagar a conta com cartão de crédito.
- Bolinho de carne do Bar do Luiz Fernandes: na verdade, podemos fazer uni-duni-tê e escolher qualquer um dos bolinhos inventados pela Dona Idalina, a mulher do Seu Luiz.
- O pastelzinho do Bar do Luiz Nozoie, na Saúde: não é bem um pastel e sim um rissole, com direito a uns goles de cerveja na massa. Por falar em cerveja, a velha sorveteira equipada com samburás, nas quais as garrafas da bebida são mergulhadas por 15 minutos, até chegarem à temperatura ideal, também merece ser lembrada.
- A batata-serragem do Valadares, na Vila Romana.
- O arais de carne do Carlinhos, no Pari, a grande contribuição do saudoso Missak Yaroussalian à gastronomia, ao ter prensado uma cafta em meio a duas fatias de pão árabe e ter levado a invençãoo à chapa.
- O jacaré, churrasquinho no pão do Peru's, no Belém: é o melhor sanduíche do mundo, graças ao melhor molho de repolho do mundo.
- Sanduíche de pernil do Estadão Bar e Lanches: 24 horas a socorrer os famintos.
- O roll-mop do Elídio Bar, na Mooca: a quem ainda não provou, trata-se de um filé de sardinha enrolado em picles.
- A joana d'arc, do A Juriti, no Cambuci: trata-se de linguiça calabresa embebida em cachaça e assada na chapa.
Senhor Secretário Municipal da Cultura Alê Youssef, podemos conversar a respeito?
Vai lá:
Bar do Luiz Fernandes. Rua Augusto Tolle, 610, Mandaqui.
Bar do Luiz Nozoie. Avenida do Cursino, 1210, Saúde.
Boi na Brasa. Rua Marquês de Itu, 188, Vila Buarque.
Carlinhos. Rua Rio Bonito, 1641, Pari.
Elídio Bar. Rua Isabel Dias, 57, Mooca.
Estadão Bar e Lanches. Viaduto Nove de Julho, 193, centro.
FrangÓ. Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 168, Freguesia do Ó.
A Juriti. Rua Amarante, 31, Cambuci.
Peru's. Rua Cajuru, 1164, Belém.
Valadares. Rua Faustolo, 463, Vila Romana.
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