E agora, Migué?
E agora, Migué?
O boteco fechou,
a cerveja esquentou,
o povo pediu,
o torresmo acabou,
e agora, Migué?
e agora, você?
você no salão,
que consola os outros,
você e seu chope,
colarinho, com ou sem?
e agora, Migué?
Está em casa com a mulher,
puxe um assunto,
dê a ela um carinho,
abre uma latinha,
và à janela fumar,
sair já não pode,
a unhappy hour chegou,
o freguês não veio,
o bebum não veio,
a cozinheira não veio,
não veio a caixinha
e a grana acabou
e bichano fugiu
e coxinha mofou,
e agora, Migué?
E agora, Migué?
Sua breja gelada,
seu pileque de leve,
sua fome e jejum,
seu jornal,
seu bico,
seu guardanapo de papel,
suas certezas,
seus medos – e agora?
Com o copo na mão
quer abrir a garrafa,
não existe garrafa, por ora – de gim;
quer dar um mergulho,
mas a piscina trincou;
quer ir pra Calçada,
Calçada não há mais.
Migué, e agora?
Se você escrevesse,
se você ligasse,
se você bebesse
seus amigos,
se você ouvisse,
se você esperasse…
Mas você não espera,
você é teimoso, Migué!
Da sala pra cozinha
do banheiro pro quarto,
sem os gols do São Paulo
sem balcão encardido
pro cotovelo deitar,
deu zebra
fodeu,
você bebe, Migué!
Migué, mais uma dose?
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