Quatro - e mais tantas - razões para botecar na Vila Ipojuca
Creio que não aconteça só comigo, mas a cidade de São Paulo é de fritar os miolos deste munícipe quando o assunto é zoneamento urbano. Nada mais adequado ao tema, aliás, do que esse substantivo que define a distribuição de logradouros e regula as edificações. É, realmente, uma zona. Por exemplo: um amigo higienopolitano, que hoje vive nos Jardins (ou Cerqueira César, sei lá…) e já morou no Morumbi (Real Parque seria mais correto?), me disse certa vez que não existe o bairro de Higienópolis. O que há, naquele pedaço central-oeste paulistano, é o encontro de três bairros: Pacaembu, Santa Cecília e Consolação. Higienópolis tratar-se-ia de uma convenção imobiliária.
Mais a oeste, sempre me referi à Lapa como bairro – o do antigo ponto final no Penha-Lapa – quando, na verdade, é um distrito recheado de uma penca, aí sim, de bairros: City Lapa, Alto da Lapa, Vila Romana, Vila Anglo, Vila Anastácio, Vila Ipojuca, Lapa de Baixo.
O tema parece algo desimportante, ainda mais num blog que se presta a tratar de botecos e afins, mas há que se considerar que somos bairristas por natureza e orgulhosos de tudo de bom que temos na nossa vizinhança. O que há de ruim, bem, podemos sempre reclamar ao 156, número da centra de atendimento da Prefeitura.
No caso da supracitada Vila Ipojuca – aquele enclave sinuoso que desce à direita da Rua Cerro Corá na altura das ruas Ponta Porã e Tonelero, além das transversais, no sentido centro-bairro, e no qual ainda resistem à gentrificação muitas ruas calmas, sobradinhos, algum comércio de rua, praças e um ponto de ônibus tido como o mais antigo da cidade –, boas opções para botecar não faltam, seja na padoca, na pizzaria ou… no boteco.
A pequena Praça Sá Pinto, por exemplo, reúne a Vittuccio Pizzaria e o Hilda Botequim. Na esquina com a Rua Tonelero, a Vittuccio foi fundada em 1982. Já teve vários donos, mas persevera como uma casa dedica à pizza feita à moda napolitana, com massa de fermentação natural preparada com ótimos ingredientes. A diavola (R$ 79,00) mistura molho de tomate, provolone fersco, salame napolitano apimentado e manjericão. A botecagem – aqui entendida como a possibilidade de "petiscar" uma pizza – se faz presente nas seis maravilhas que são as receitas das rotolinas. As rotolinas são pizzas enroladas como rocambole, servidas em porção com 8 unidades, ideal para acompanhar a primeira taça de vinho ou a cerveja, a exemplo da de anchova com abobrinha, alecrim fresco e parmesão (R$ 51,00).
Às terças e sextas, nós já falamos aqui neste espaço, a Padaria Natalina prepara desde a madrugada um senhor sanduíche de pernil (R$ 14,50), que o Toninho, no balcão, finaliza com um molho de tomate de própria lavra.
E no meio de um quarteirão da Rua Croata, a Casa Avós é um bar, um brewpub mantido pela Avós, uma cervejaria artesanal que se dedica a produzir bons rótulos do estilo Lager. No bar, que ocupa um sobrado erguido nos anos 1940, as cervejas estão à venda, seja na torneira, seja envasada. É um dos melhores programas da zona oeste, a bem da verdade, tomar uns copos ao cair da tarde da "Vó Maria e o Seu Lado Zen", uma das cervejas da casa, levinha e refrescante. A gente, que já cruzou a cidade muitas vezes a bordo do Penha-Lapa, merece.
Vai lá:
Casa Avós. Rua Croata, 679, Vila Ipojuca.
Hilda Botequim. Praça Sá Pinto, 67.
Padaria Natalina. Rua Sepetiba, 448.
Vittuccio Pizzaria. Rua Tonelero, 609.
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